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Quatro marcas de azeite vendidas nos supermercados do Brasil foram classificadas como adulteradas pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, a Proteste. Os produtos não poderiam sequer ser considerados azeites, segundo a instituição, por apresentarem outros tipos de óleos vegetais na composição, além daquele proveniente da azeitona. Isto é proibido por lei.
Outros quatro azeites que trazem “extravirgem” no rótulo foram considerados fraude pela entidade e entraram na lista negra para o consumo.
Descubra quais marcas estiveram na mira da pesquisa e quais foram os critérios que eliminaram os azeites da lista de boas escolhas.
veja abaixo
Qualidade de azeites: pesquisa da Proteste
A Proteste analisou 20 marcas de azeites em uma pesquisa que levou em conta, entre outros fatores, as características sensoriais do produto, acidez, informações na embalagem, qualidade e, o mais importante, se o óleo era, de fato, azeite.
Ficou constatado que os produtos das marcas Pramesa, Figueira da Foz, Tradição e Quinta d’Aldeia não podem ser considerados azeites. Eles foram eliminados do teste após análise em laboratório que comprovou adulteração. Isso significa que os benefícios do azeite que esperamos ter quando consumimos estes produtos não são, de fato, garantidos.
Outra característica que demonstrou “fraude”, na avaliação da Proteste, foi o grau de virgindade do azeite. As marcas Tradição, Figueira da Foz e Quinta d’Aldeia, além dos azeites nacionais Qualitá, Carrefour Discount, e os importados Beirão e Filippo Berio, não podem ser classificadas como extravirgem – apesar de terem a indicação dessa característica na embalagem.
A Proteste solicitou a retirada dos produtos do mercado.
Diferença de azeite virgem, extravirgem e lampante
Os azeites Qualitá, Beirão, Carrefour Discount, Filippo Berio foram considerados apenas “virgens”. Já o Tradição, o Figueira da Foz e o Quinta d’Aldeia apresentaram características de azeite lampante que, segundo a Proteste, “nem poderia ser levado à mesa, devido a sua acidez intensa, só devendo ser destinado para uso industrial”.
Vale lembrar que o azeite extravirgem é a forma mais “pura” do azeite, produzido pela primeira prensagem a frio de azeitonas maduras, sem passar por qualquer tipo de mistura ou de refino químico. A classificação da virgindade do azeite dependerá do grau de acidez de cada produto.
Problema na embalagem
A Proteste identificou que a embalagem de vidro da Qualitá é transparente, o que é inadequado para a conservação do produto. Constatou ainda que muitos não apresentam no rótulo o prazo de conservação depois que a garrafa é aberta, canais de comunicação com o consumidor e informações obrigatórias como data de envase e país de origem (no caso dos importados).
Marcas que melhoraram
A Associação destacou que cinco marcas melhoraram em comparação ao último teste realizado: La Española, Carbonell, Serrata, Gallo e Borges eram tidos como virgens e, desta vez, provaram ser extravirgens.
Respostas das marcas
O Vix entrou em contato com todas as marcas identificadas com características negativas, por e-mail ou por telefone.
- O Carrefour, que produz o Carrefour Discount, informou que não foi notificado sobre a análise e não teve acesso ao lote testado, “ficando assim impossibilitado de uma apuração mais aprofundada”. No entanto, disse que seus fornecedores são auditados anualmente e, na análise realizada em 29 de janeiro deste ano, testes laboratoriais comprovaram que o lote dos azeites extravirgem de marca própria era mesmo extravirgem.
- A marca Qualitá respondeu que cumpre rigorosamente as normas em vigor para todos os seus produtos. Disse que o azeite é importado e que o fornecedor cumpre com todas as especificações legais e de qualidade necessários para a comprovação da pureza do produto, de acordo com resolução do Ministério da Agricultura. A marca afirmou ainda que a embalagem verde escura estará disponível no mercado a partir de setembro.
- A empresa Paladar, que produz o azeite Figueira da Foz, afirmou que, além de não haver convênio com o Proteste para a realização de testes, não vê “clareza sobre os métodos e metodologias e eventual interesse privado que motiva referida entidade”. Disse que não foi notificada sobre a análise e não tem identificação dos lotes periciados, local de retirada, local e tempo de exposição.
- Às 17h40 de sexta-feira (26), a marca Tradição enviou nota ao Vix com posicionamento. A empresa disse que a Proteste não possui legitimidade ou autoridade para fiscalização do azeite, e que atende a todos os requisitos exigidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e pela Anvisa para classificar o azeite como extravirgem. O azeite Tradição, segundo a marca, submete-se a criteriosas análises em todo o seu processo fabril. Em outra parte da nota, destaca que o laudo da Proteste não contém os requisitos e informações mínimos sobre a amostra colhida e o procedimento de amostragem a permitir um resultado válido. E que fará uma análise laboratorial do lote questionado para divulgar posteriormente os resultados.
- As marcas Pramesa e Beirão não responderam até a publicação da matéria. A Quinta d’Aldeia e a Filippo Berio não foram localizadas.
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