CURITIBA — O delegado da Polícia Federal de Curitiba, Igor Romário de Paula, informou que a advogada de Marice Corrêa de Lima, cunhada do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, entrou em contato com a polícia e deve se entregar nesta sexta-feira.
Até o início da tarde, a PF considerava Marice foragida da Justiça. Ela ainda não havia sido encontrada nesta quinta-feira — 24 horas depois do mandado de prisão temporária, divulgado nacionalmente, ser emitido contra ela.
Na última quarta-feira, após ser preso na 12ª fase da Operação Lava-Jato, Vaccari disse que Marice poderia estar no Panamá ou na Costa Rica. A Polícia Federal, no entanto, descarta que ela tenha fugido para o exterior, pois não há registros de sua saída do Brasil.
Contra Maurice, pesam suspeitas que, para o juiz Sergio Moro, justificam sua detenção temporária. De acordo com as investigações do Ministério Público Federal (MPF), ela é suspeita de ser destinatária do dinheiro do esquema de corrupção. Ela teria adquirido um apartamento por R$ 200 mil e o vendido para a empresa OAS por R$ 400 mil, conforme as investigações. Este mesmo imóvel, teria sido vendido pela empreiteira por um valor menor.
Aparentemente é uma operação típica de lavagem de dinheiro — disse o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima.
Além disso, ela já havia sido citada por delatores como receptora de dinheiro desviado da Petrobras. Durante a operação de ontem, a PF também cumpriu um mandado na casa de Marice e apreendeu vários documentos.
Já a mulher do ex-tesoureiro do PT, Giselda Rose de Lima, foi ouvida ontem na residência do casal, em São Paulo— num mandado de condução coercitiva (quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento). De acordo com depoimento do doleiro Alberto Youssef, R$ 400 mil desviados pelo esquema de corrupção na Petrobras foram depositados na conta de Giselda, em 2008.
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