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sábado, 28 de março de 2015

CPI do HSBC aprova convocação de sucessor de Youssef e ministro da Justiça:

Foto:Reprodução O Globo;
Blog Acbg:
BRASÍLIA -Os senadores da CPI do HSBC, que investiga irregularidades praticadas por essa instituição na abertura de contas, aprovaram nesta quinta-feira a convocação de Henry Royer, apontado como sucessor do doleiro Alberto Youssef no esquema de corrupção na Petrobras. A comissão aprovou também a convocação do ex-secretário de Obras de Niterói José Roberto Mocarzel, que aparece na lista e é um dos quatro políticos do Rio que aparecem na relação com conta numerada no HSBC da Suíça.

Foi aprovado também o convite para o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para prestar esclarecimentos sobre as providências adotadas pelo governo referentes às supostas irregularidades envolvendo contas de brasileiros no HSBC na Suíça.
Foram aprovados também convites para serem ouvidos Murilo Portugal Filho, presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban); Ricardo André Saadi, diretor do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica; e de Antero de Moraes Meirelles, diretor de Fiscalização do Banco Central.



A CPI ouviu nesta quinta os jornalistas Chico Otávio, do GLOBO, e Fernando Rodrigues, do UOL, destacaram em audiência na CPI do HSBC no Senado, nesta quinta-feira, que os dados que vem sendo divulgados sobre brasileiros com conta na Suíça podem ajudar a desvendar outros crimes em apuração. O caso é chamado de Swissleaks e os jornalistas do GLOBO e do UOL participam do consórcio internacional que teve acesso aos dados de contas de uma agência de Genebra do HSBC. As informações foram recolhidas por um ex-funcionário do banco e repassadas ao governo da França em 2008.


— Além da questão tributária, essas nossas descobertas podem ajudar as autoridades do Judiciário e policiais a dar sequência a casos que ficaram inconclusos. É uma contribuição que reportagem está dando — destacou Chico Otávio.


A lista tem 8.667 brasileiros que teriam movimentado cerca de US$ 7 bilhões. O Brasil é o quarto país com mais clientes. Os dados dizem respeito aos anos de 2006 e 2007. O jornalista Fernando Rodrigues afirmou que não pode repassar as informações totais à CPI e destacou que o melhor caminho para a investigação parlamentar seria solicitar as informações ao governo francês, que já repassou dados a outros países.
— A CPI tem a obrigação de buscar todo o acervo. Os dados foram retirado do HSBC de uma maneira, no mínimo, heterodoxa, mas acabou se oferecendo ao governo francês e o governo deve ter homologado ou dado como íntegros e é isso que interessa. O que interessa a essa CPI e ao estado brasileiro é obter os dados com chancela legal, que assim poderão servir para, quem sabe, processos judiciais — afirmou o repórter do UOL.
Os jornalistas destacaram que as reportagens sobre o tema levam em conta critérios que levam em conta se as pessoas citadas são personalidades públicas ou ligadas a algum escândalo já conhecido. Fernando Rodrigues observou que das mais de 100 já divulgadas apenas quatro apresentaram documentos para comprovar a declaração das contas.
O repórter do UOL relatou que em setembro de 2014 foi repassado ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) uma amostra da lista, com cerca de 3% dos nomes de brasileiros envolvidos. Segundo Rodrigues, nada foi feito. Ele reclamou ainda que em fevereiro deste ano essa parte da lista acabou sendo vazada com selo da Receita Federal. O jornalista afirmou que os órgãos de controle não teriam ido imediatamente em busca das informações. Segundo ele, somente nesta semana o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) teria pedido formalmente os dados a autoridades francesas.

Parlamentares defenderam a quebra de sigilo de personagens já identificados pelas reportagens como titulares de contas na Suíça. Requerimentos terão ainda de serem votados. Entre eles Terezinha Maluf, irmã do deputado Paulo Maluf (PP-SP), Henry Hoyer, um dos operadores do PP na Operação Lava-Jato, e integrantes da família Queiroz Galvão, que controlam as empreiteiras Queiroz Galvão e Galvão Engenharia.
Os jornalistas ressaltaram que a posse de conta na Suíça não significa em si a prática de um crime. Os brasileiros da lista, porém, precisam ter declarado a conta à Receita Federal e a remessa de valores ao exterior ao Banco Central.
Além de Mocarzel, outros nomes de políticos do Rio citados foram do ex-deputado federal Márcio Fortes (PSDB-RJ), do ex-prefeito de Niterói Jorge Roberto da Silveira (PDT) e o vereador do Rio Marcelo Arar (PT). Todos negaram ter cometido qualquer irregularidade. Na última semanas, o GLOBO, em parceria com o UOL, cruzou a lista de congressistas do país com a dos 8.667 brasileiros que aparecem relacionados na lista.







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