Foto Google Fonte Paraná Online:
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta
terça-feira, 22, que "seria irresponsabilidade" pensar em sua volta em
2018. "Eu não posso ficar dizendo que sou candidato em 2018, seria
irresponsabilidade da minha parte", disse, após participar de agenda na
Praia Grande, na Baixada Santista (SP).
Lula ponderou que na vida
política não se pode descartar nenhuma possibilidade. "Também eu não
tenho como dizer que não sou (candidato em 2018), porque na vida
política você não pode dizer que desistiu, não é assim que funciona",
afirmou. O ex-presidente disse que trabalha com "muita intensidade" para
que em 2018 haja mais gente nova na política.
"Eu trabalho para
que em 2018 a gente tenha novas possibilidades, novas candidaturas,
novos partidos políticos, uma baita de uma reforma política para a gente
poder acabar com a podridão na política brasileira, a gente ter uma
grande reforma."
Aécio
O ex-presidente afirmou que é a
favor que se investiguem as denúncias da construção do aeroporto em um
terreno que pertenceu a um tio de Aécio Neves, mas ponderou que é
preciso ter cautela. "Eu não sou daqueles que, de forma leviana, condena
as pessoas antes de investigação", afirmou, após reunir-se com
prefeitos da Baixada Santista. "Se tem uma denúncia contra o Aécio, que
se investigue corretamente, se apure com a maior seriedade possível. Se
tiver procedência, que se tome as medidas cabíveis", disse o
ex-presidente.
Segundo Lula, é preciso também garantir que
caso as denúncias sejam falsas haja algum tipo de punição. "Se não
tiver (procedência), vamos punir quem denunciou", afirmou. "Nesse País
as pessoas denunciam, qualquer cidadão pode encher a cara no boteco,
sair do boteco com vontade de denunciar alguém e denunciar", disse. "Ai o
Ministério Público vai apurar e depois ninguém pede desculpas as
pessoas."
Lula reforçou que o fato de ter uma denúncia contra
alguém "não significa que alguém tem culpa". "O PT sempre é condenado
até antes de ser investigado. (...) Eu sinceramente não sou desses que
faço coro para enxovalhar o nome das pessoas", disse, ressaltando que
até que haja provas e que "as pessoas precisam ser preservadas."
Questionado
sobre a ação que o PT pretende interpor no Ministério Público de Minas
para que as investigações do caso avancem, Lula disse não ter
conhecimento dessa estratégica e disse que é contra a "guerra judicial"
durante a campanha. "Eu não acho que uma campanha deva se dar nessa
troca de processos", afirmou. "Eu gostaria que essa campanha fosse
permeada pelo grande debate do que vai se fazer para melhorar a vida do
povo brasileiro. Se isso acontecer eu estarei realizado", reforçou.
Novo vídeo
No
último vídeo da série que fez direcionada aos jovens brasileiros, Lula
desafiou a juventude a ir à luta "ao invés de ficar reclamando". "Ao
invés de reclamar, dê a sua contribuição. Faça o que você acha que o
Brasil precisa. O político que você quer não está dentro de mim, pode
estar dentro de você. Então se descubra e vá à luta, meu filho", afirmou
o petista.
Em um tom mais duro do que em vídeos anteriores, Lula
contou sobre seu tempo de desempregado em meados nos anos 60 e disse que
o País hoje dá aos jovens oportunidades como nunca antes. "Eu andava 18
quilômetros a pé para procurar o maldito emprego e ficava na porta de
uma fábrica das 8h às 14h para o chefe dizer para mim: 'não tem vaga'",
contou.
Lula defendeu que seu governo trouxe mudanças para as
pessoas, lembrou das filas que o INSS tinha no passado e da dificuldade
em se arrumar emprego em outros tempos. "Todo mundo quer trabalhar
melhor, ganhar melhor, morar melhor, namorar melhor, estudar melhor,
todo mundo quer melhor."
Ele admitiu a necessidade de mais
melhoria na vida das pessoas, mas disse que este deve ser um processo
constante. "As coisas mudaram e mudaram bastante. Tem que mudar mais?
Tem, o ser humano tem que mudar a vida inteira. A cada década tem que
ter uma revolução de alguma coisa num país para a gente poder ir
melhorando a vida de todo mundo"
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