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sábado, 2 de março de 2013

Mudanças sociais na Coreia do Sul levam a aumento de suicídios de idosos

| Por Choe Sang-hun- The New York Times News Service/Syndicate e por o blog da acbguarani.
Seul, Coreia do Sul – Mesmo com o aumento dramático de suicídios na Coreia do Sul, o caso da viúva de 78 anos foi chocante a ponto de merecer atenção na recente eleição presidencial e repercutir na mídia.
Mudanças sociais na Coreia do Sul levam a aumento de suicídios de idosos 

Seul, Coreia do Sul – Mesmo com o aumento dramático de suicídios na Coreia do Sul, o caso da viúva de 78 anos foi chocante a ponto de merecer atenção na recente eleição presidencial e repercutir na mídia.
Em vez de tirar a própria vida em casa, silenciosamente, como muitos sul-coreanos o fazem, a mulher fez de sua morte um ato final de protesto público contra uma sociedade que, segundo ela, a abandonou. Ela bebera pesticida durante a noite em frente à prefeitura, após funcionários do governo suspenderem seus benefícios da assistência social, afirmando que não precisavam mais sustentá-la agora que seu genro havia encontrado emprego.

 
"Como podem fazer isso comigo?", perguntava no bilhete de suicídio que a polícia informou ter encontrado em uma bolsa perto de seu corpo. "Uma lei deveria servir ao povo, mas ela não me protegeu.".
A morte da idosa é parte de uma das estatísticas mais terríveis da Coreia do Sul: o número de pessoas com 65 anos ou mais cometendo suicídio, que quase quadruplicou nos últimos anos, tornando a taxa dessas mortes no país uma das mais altas no mundo desenvolvido. A epidemia é o contraponto do grande sucesso econômico da nação, que desgastou o contrato social confuciano que formou a base da cultura coreana há séculos.
Esse contrato foi criado na premissa de que os pais fariam quase qualquer coisa para cuidar de seus filhos – nos tempos atuais, esgotando as economias de suas vidas para pagar por uma boa educação – e depois terminar suas vidas sob os cuidados dos filhos. Nenhum sistema de Previdência Social era necessário. Casas de repousos eram raras.
Mas quando as gerações mais jovens e determinadas da Coreia do Sul se juntaram ao êxodo das fazendas para as cidades nas últimas décadas, ou simplesmente acabaram trabalhando mais arduamente no meio hiperconcorrido que ajudou a impulsionar o milagre econômico da nação, os pais foram, muitas vezes, deixados para trás. Muitos idosos agora vivem os seus últimos anos na pobreza, em áreas rurais que transmitem a sensação de melancolia das cidades-fantasmas.
Lee Geum-sook, right, a volunteer who works with elderly people, holds the hand of Yoon Jeom-do, an 89-year-old woman who lives alone in an apartment, in Seoul, South Korea, Oct. 18, 2012. The epidemic of suicides among the elderly in South Korea is the flip side of the nation's runaway economic success, as South Korea's younger generations joined an exodus from farms to cities, leaving parents behind. (© Jean Chung/International Herald Tribune)

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