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sábado, 25 de abril de 2015

Indonésia ordena preparativos para execução de brasileiro e outros 9

Foto:Reprodução O Globo // blog ACBG

SÃO PAULO e RIO - A Indonésia ordenou, na última quinta-feira, que sejam feitos os preparativos finais na prisão da ilha de Nusakambangan para execuções de dez presos condenados à morte por tráficos de drogas. A segurança na prisão foi intensificada e conselheiros religiosos, médicos e o pelotão de fuzilamento foram colocados a postos. A informação é de agências internacionais. Entre os condenados, está o brasileiro Rodrigo Gularte, preso em agosto de 2004 com seis quilos de cocaína em pranchas de surfe. Além do Brasil, representantes de embaixadas estrangeiras que possuem presos na fila de execução, como França e Nigéria, foram convocados para uma reunião neste sábado com a diretoria de assuntos consulares da Indonésia.


As autoridades brasileiras não foram informadas se Rodrigo será executado e quando isso aconteceria. A ordem de fuzilamento deve ser comunicada aos presos 72 horas antes do cumprimento da pena. O embaixador Carlos Alberto Simas Magalhães, subsecretário geral das comunidades brasileiras no exterior, convocou o encarregado de negócios da Indonésia no Brasil, cargo equivalente ao de embaixador, para prestar esclarecimentos hoje em Brasília.
O Itamaraty tem custeado sessões de assistência psicológica ao brasileiro e já fez vários pedidos urgentes de internação imediata de Rodrigo. Ele sofre de esquizofrenia em estado avançado. Ouve vozes e afirma se comunicar com parentes no Brasil por telepatia. Apesar disso, o porta-voz da procuradoria-geral da Indonésia Tony Spontana afirmou que o país espera a única pendência judicial considerada válida, a de um condenado indonésio, para decidir a data final. A lei da Indonésia só admite cancelar execuções em casos em que os condenados sejam menores de idade ou mulheres grávidas. A execução dos dez condenados já foi adiada diversas vezes, principalmente devido a recursos judiciais dos réus.

A defesa de Goulart no Brasil foi surpreendida pela notícia.
- Esperávamos que apreciassem primeiro os laudos psiquiátricos que enviamos. Mas houve uma série de problemas com o advogado de lá e alguns documentos acabaram não sendo entregues ao governo indonésio - afirmou a advogada Andrea Sarmento, amiga da família Gularte.
O problema com a defesa na Indonésia foi confirmado por familiares de Rodrigo. Por causa disso, há menos de um mês um grupo de advogados da Indonésia, militantes dos direitos humanos e contra a pena de morte, assumiram a defesa do paranaense. Apenas há poucos dias eles terminaram de protocolar os documentos da defesa que comprovam que Rodrigo sofre de doenças psiquiátricas.
É a terceira vez que a família precisa procurar por novos advogados. O primeiro advogado contratado para defender Rodrigo faltou ao julgamento no qual ele acabou condenado. Agora, o novo problema com a defesa poderá dificultar a apelação do brasileiro.
Os problemas psiquiátricos de Rodrigo teriam se agravado na prisão. Em 2006, ele tentou suicídio na cadeia. Na época, funcionários disseram que o surfista apresentava fortes sinais de depressão. Um detento paquistanês, uma das pessoas mais próximas ao brasileiro na prisão, relatou que ele sofria alucinações e o procurava durante a noite, tremendo de medo e pedindo para se esconder embaixo de sua cama.
Um livro que descreve a vida de traficantes de drogas na prisão na Indonésia, Snowing in Bali, da australiana Kathryn Bonella, descreve Rodrigo como "muito quieto e triste, com grandes círculos negros ao redor dos olhos". Kathryn afirma que foi apresentada a Goulart na igreja. "Ele era muito educado, mas não dizia quase nada. Soube que ele tinha chorado ao longo de toda a manhã em que o conheci. E me disseram que isso era rotineiro para ele", escreveu a autora.
Em janeiro, o instrutor de voo Marco Archer, condenado ao fuzilamento na Indonésia por tráfico de drogas, foi executado. Archer estava preso desde 2004 por ter tentado entrar no país com 13 quilos de cocaína escondidos nos tubos de uma asa delta. Ele foi o primeiro brasileiro a ser sentenciado a morte no exterior.

FAMILIARES LUTAM PARA VISITAR PRESOS
Após o governo ordenar os preparativos para execução e ignorar os pedidos de clemência, parentes dos prisioneiros correm contra o tempo para visitá-los.
O advogado de Rodrigo Gularte afirmou que equipes consulares e jurídicas dos condenados à morte irão para Cilacap, a cidade mais próxima da ilha de Nusakambangan, o mais rápido possível.


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